Por Luiz Henrique Mendes
“A ciência econômica encontra-se numa profunda crise”, diz Robert Kurz em seu ensaio intitulado Perdedores Globais. A frase acima, bem como o texto em si, tem o mérito de, além de navegar contra a síndrome do pensamento único, perpetrado pelos ideólogos do neoliberalismo, funcionar como uma perfeita paráfrase do jornalismo, mesmo que esta não tenha sido a intenção do autor.
Tal qual a ciência econômica, podemos afirmar: o jornalismo encontra-se numa profunda crise. Diz-se também que os estudos da economia são isentos, assim também o fazem com o jornalismo. Trata-se, na verdade, de uma esperta apropriação por parte daqueles que mais ideologizam a economia e o jornalismo. Do lado da economia, separam-na da política, como esta equação fosse possível, transformando, nos dizeres de Kurz, “a velha economia política (...) em política econômica”.
Sobre o jornalismo, e sua pecha da imparcialidade, podemos desmontá-la facilmente. Afinal, a quem interessa um jornalismo imparcial? Aos que desejam perpetuar o status quo. Pois, se o jornalismo é neutro, toda a verdade neoliberal estará legitimada. Todas as campanhas para lá de ideológicas a favor das privatizações, em favor do Estado mínimo, tudo isso foi incentivado pela grande mídia. Grande mídia, aliás, que dita o que será pauta das discussões políticas mundiais, a chamada agenda setting.
Como a ciência econômica, o jornalismo aderiu naturalmente às propostas encampadas por Reagan e Thatcher. Mas eis que, apesar do suposto consenso, que é em verdade um pacto de elites, rui o ideário neoliberal, fez-se a “queda da rua do muro”. O que diz o jornalismo sobre a hecatombe econômica? Absolutamente nada.
O jornalismo, ao analisar a crise, ficou refém de suas próprias limitações. Afinal, como fazer a crítica dos procedimentos que levaram à crise se, no caso em questão, se é parte do problema, ao atuar como difusor da ideologia do Deus Mercado?
Tal qual a ciência econômica, podemos afirmar: o jornalismo encontra-se numa profunda crise. Diz-se também que os estudos da economia são isentos, assim também o fazem com o jornalismo. Trata-se, na verdade, de uma esperta apropriação por parte daqueles que mais ideologizam a economia e o jornalismo. Do lado da economia, separam-na da política, como esta equação fosse possível, transformando, nos dizeres de Kurz, “a velha economia política (...) em política econômica”.
Sobre o jornalismo, e sua pecha da imparcialidade, podemos desmontá-la facilmente. Afinal, a quem interessa um jornalismo imparcial? Aos que desejam perpetuar o status quo. Pois, se o jornalismo é neutro, toda a verdade neoliberal estará legitimada. Todas as campanhas para lá de ideológicas a favor das privatizações, em favor do Estado mínimo, tudo isso foi incentivado pela grande mídia. Grande mídia, aliás, que dita o que será pauta das discussões políticas mundiais, a chamada agenda setting.
Como a ciência econômica, o jornalismo aderiu naturalmente às propostas encampadas por Reagan e Thatcher. Mas eis que, apesar do suposto consenso, que é em verdade um pacto de elites, rui o ideário neoliberal, fez-se a “queda da rua do muro”. O que diz o jornalismo sobre a hecatombe econômica? Absolutamente nada.
O jornalismo, ao analisar a crise, ficou refém de suas próprias limitações. Afinal, como fazer a crítica dos procedimentos que levaram à crise se, no caso em questão, se é parte do problema, ao atuar como difusor da ideologia do Deus Mercado?
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