sexta-feira, 19 de junho de 2009

Texto: "A Teoria Econômica Keynesiana e a Grande Depressão"

Em 1929, com a quebra da bolsa de valores de Nova York, o mundo mergulhou na pior crise econômica da história do capitalismo (embora se argumente que a crise atual possa ser ainda mais devastadora). Um sem-número de empresas fechou suas portas definitivamente, milhões perderam seus empregos e tiveram de lutar para sobreviver da maneira que fosse possível, governos sofreram baques.
Os EUA viviam então no auge do modelo liberal, descendente direto do cânone de Adam Smith. Um Estado mínimo, incumbido apenas da defesa da propriedade privada e do provimento de infraestrutura (atividade cara e pouco lucrativa), enquanto aos capitalistas caberia a exploração do lucro.
Porém, a especulação financeira estouraria essa bolha econômica e poria fim ao Estado mínimo de então. Em 1932, o presidente americano Franklin Roosevelt propôs um programa econômico ambicioso, dedicado a reerguer a economia americana. Esse plano era o “New Deal”, baseado nas teorias de Keynes.
O principal ponto defendido por Keynes era um papel mais atuante do Estado dentro da economia, regulando especialmente o setor financeiro, garantindo uma moeda (e conseqüentemente) uma economia mais forte.
A principal maneira de assegurar o bom-funcionamento da economia e a vitalidade da moeda era garantir que a produção e o consumo não fossem paralisados. O “New Deal” previa uma política de pleno-emprego, através de grandes obras (que só poderiam ser financiadas pelo Estado) para que a mão-de-obra ociosa (demitida por conta da crise) pudesse trabalhar. Além disso, incentivaram-se formas de crédito para acelerar a recuperação da economia e estimulou-se a substituição de artigos importados pelos produtos nacionais.
Porém, a maior demonstração dos preceitos de Keynes pôde ser vista durante a Segunda Guerra Mundial e após seu término, no período da Guerra Fria. O militarismo da Segunda Guerra (em todos os países envolvidos no conflito) e da Guerra Fria (no mundo capitalista e no mundo socialista), gerou um imenso gasto público. Os governos investiram imensas quantias de seu orçamento no setor militar, em armamentos e pesquisa.
Ora, por mais que a iniciativa privada avance sobre boa parte dos setores da economia de hoje, o gasto militar ainda é em grande medida uma prerrogativa do Estado. Isso porque não só o setor militar é um setor de grande importância estratégica, mas a medida em que a tecnologia avança torna-se imensamente cara, só acessível aos grandes investimentos que apenas o Estado poderia realizar.
Porém, tal gasto desvia investimentos muito mais necessários no campo social, como a saúde e a educação públicas, além de criar uma grande ameaça: a deflagração de um conflito de grandes proporções, que cada vez mais ameaça toda a raça humana. Embora o militarismo possa de fato impulsionar e fortalecer a economia, enfraquece as chances de sobrevivência e harmonia humanidade que cria e depende dessa economia.


Mario Dallari Bucci
06000464

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