domingo, 21 de junho de 2009

A fórmula da desigualdade

À medida que a tecnologia avança, o mundo parece diminuir de tamanho, a Oceania, a Ásia, Oriente Médio e as Américas, tudo parece estar mais alcançável, mais perto. Isso se dá pelo fato de as tecnologias, em meados do século xx, terem sofrido avanços nunca dantes imaginados. A internet, os meios de transporte, as fontes de energia e os satélites fizeram o globo caber na palma de nossa mão, e as conseqüências disso poderiam sim ser muito positivas, mas não é bem o lado positivo do avanço que é relatado no texto de Roberto Kurz. Para o autor, essa facilidade proporcionada pela tecnologia fez nascer um novo mundo, onde o Estado não tem mais muito espaço, pelo menos no que diz respeito à economia.
Segundo o texto de Roberto, as empresas, a partir da década de 80, passaram não só a exportar mercadorias para outros países, mas a exportar capital também. Ou seja, a empresa não mantém mais sua base no seu país de origem e fabrica seu produto neste país para depois exporta-lo, ela exporta sua fabrica, seus meios de produção para um país com impostos mais baixos, leis generosas e mão de obra barata, deixando apenas o seu financeiro em seu país raiz. São as chamadas multinacionais, que cada vez com uma intensidade maior se espalham pelo Globo. O grande problema nessa nova fórmula de produzir encontrada pelo sistema são as conseqüências ecológicas e econômicas que ela traz para o mundo. O Estado Nacional perde o controle da produção das empresas. Se a Mercedes, por exemplo, desloca sua base de produção da Alemanha para um país subdesenvolvido, e lá não respeita leis da natureza, nem tão pouco leis sociais, em partes o Estado Alemão não tem muito como controlar isso, pois a produção saiu de seu território. Os países pobres, por sua vez, acolhem essas fábricas e através delas chegam até a vislumbrar uma possibilidade de melhorara em sua economia, o que não acontece, pois a fábrica se utiliza do espaço e da mão de obra do país para produzir a custos muito baixos, deixando essa população em situação igual ou pior a que ela já se encontrava. Além disso, ao deixarem os seus países de origens, essas fábricas provocam níveis de desempregos elevadíssimos.
Conforme as empresas vão evoluindo neste processo de diminuição de custos e avanço irrestrito pelo globo, vão aumentando seus lucros. Mas a população do mundo, ao contrário, vai ficando cada vez mais pobre e sem acesso a esses produtos produzidos. A riqueza gerada pela nova fórmula de se produzir, ao contrário do desejável, se destina a uma parcela muito pequena do Globo. O desemprego aumenta, a fome aumenta e a situação vai ficando insustentável. O autor fala em uma Guerra Civil Mundial, um cenário onde favelas e ilhas de riqueza coexistem.
A essa população que está destinada a produzir, mas não a consumir, o autor deu o nome de perdedores globais. Não se trata mais de uma divisão entre países ricos e pobres, centrais e periféricos, a riqueza e pobreza agora estão em toda parte, mas evidentemente de maneira desproporcional.

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