sexta-feira, 19 de junho de 2009

Prazer e sofrimento no mundo pós-moderno

Por Laura Barile

O texto “A Teoria do Prazer e do Sofrimento”, de William Stanley Jevons, apresenta elementos e fórmulas para se compreender a economia. Stanley Jevons coloca como questão central da economia “maximizar o prazer”, a partir dos conceitos de prazer, sofrimento e utilidade.

Para ele, a economia, uma vez que é feita de desejos e necessidades de humanos, não poderia se furtar a estar condicionada às variações humanas (prazer, sofrimento, inutilidade, desutilidade). Apesar de sua data – 1871 – e de ter sido formulado por um neoclássico, é um bom caminho para analisar o estágio atual da economia.

Seria possível fazer todo um novo capítulo em cima da teoria do prazer e do sofrimento somente para discutir o papel central que o fetiche assume na sociedade atual. A utilidade, e portanto o valor de uma mercadoria não residem mais na sua escassez, ou na necessidade humana de seu uso, mas no processo de agregação de valor pelo qual ela passou. Jevons comenta que “As dificuldades da Economia consistem na mior parte em se conceber clara e plenamente as condições da utilidade.” As noções de utilidade nunca estiveram tão distorcidas quanto atualmente.

Outro ponto importante para se destacar do texto é a questão da projeção futura. O autor aponta a utilidade provável como parte principal da atividade produtiva. O produto por se vender. E que na sociedade atual toma proporções descomunais, aí não só no produto, mas nas projeções todas que se faz sobre eles. A política de créditos, os empréstimos para investimentos, as garantias que, no limite, se dão em cima da “confiança”. A bem da verdade, não vivemos só projeções do futuro, mas em projeções para o presente. E isso todo mundo já sabe onde vai dar.

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