sexta-feira, 19 de junho de 2009

Análise do texto: “A Teoria Econômica Keynesiana e a Grande Depressão”

A leitura do texto “A Teoria Econômica Keynesiana e a Grande Depressão” deixa bem claro alguns pontos muito interessantes relativos à atual crise econômica mundial. Primeiramente, o autor apresenta um dado extremamente necessário para a compreensão do capitalismo: as crises são cíclicas. Não é por acaso que três grandes economistas chegaram a idéias muito próximas em relação a esta questão. Marx, Hobson e Keynes diziam que as crises eram fruto da “inabilidade dos capitalistas para encontrar suficientes oportunidades de investimento, tornando-se, portanto, impossível contrabalançar os níveis de poupança gerados pelo crescimento econômico” (citação do texto). Marx via este problema com inerente ao sistema, Hobson acreditava que com a melhor distribuição de renda teríamos a solução (fantasioso e inconsequente, nas palavras do autor) e Keynes via a resposta na atuação do Estado.


Além da poupança, Keynes identificou outros dois pontos de vazamento, sendo eles, uma balança comercial desfavorável e o dinheiro destinado ao pagamento de impostos.


Para sanar estes três pontos, Keynes propôs equilibrar a relação entre importação e exportação, o governo utilizar o imposto como financiamento a aquisição de bens e a opção para o empresariado ampliar seu capital por meio de empréstimos nos bancos onde estivessem depositadas as poupanças. Mesmo assim, Keynes sabia que a situação não se sustentaria por muito tempo.


A solução?


O Estado entraria como patrão, investindo em obras de grande utilidade social que não ampliassem a capacidade produtiva da economia (para evitar o escoamento de capital por meio da poupança, por exemplo) estabelecendo um regime de pleno emprego.


As teorias keynesianas ganharam força entre políticos, economistas e acadêmicos após a Grande Depressão de 29. Como sabemos esta crise surgiu após um longo período de bonança da economia estadunidense, graças a diversos fatores, como a superprodução e a bolha no setor financeiro. Enquanto o mundo enfrentava tantos problemas, do outro lado do muro, a URSS crescia e assustava a civilização ocidental. Como manter o capitalismo apesar da crise, em um momento em que o modelo socialista se mostra viável?


Com Keynes e o pacto do New Deal, a economia americana voltou a crescer e aos poucos foi respirando mais aliviada, e a eclosão da II Guerra Mundial acabou por recuperar definitivamente as finanças dos EUA. É a perfeita política do pleno emprego: milhões de americanos estavam trabalhando, nos fronts e nas fábricas.


Após 45, a teoria keynesiana se tornou a ortodoxia da economia. Muitos países optaram pelo Estado de Bem Estar Social e os EUA, por exemplo, alimentam até hoje um caríssimo sistema militar, que de alguma maneira ainda segue esta lógica. (Importante afirmar que após a década de 70, a parceria Reagan e Thatcher promoveu o desmonte dessas teorias e a volta do laissez-faire, mas isso é assunto para outro artigo).


Com a crise dos dias atuais, os pacotes do Obama, as medidas tomadas na Europa e no Brasil, vemos os Estados intervencionistas mais uma vez. Será o suficiente em pleno momento de crise da Economia Política?


Espero que sim. Pois como diz a História, crises muito extensas costumam ser resolvidas na baioneta.


E hoje em dia qual é a mudança? Ao invés da baioneta, podemos solucionar o problema do desemprego com bombas que nunca foram testadas...

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