sexta-feira, 19 de junho de 2009

Uma Crise Globalizada

Por Victor Ribeiro

Se em 1929 as maiores potências econômicas mundiais foram as principais atingidas pela Grande Depressão, em 1975 diversos países do chamado Terceiro Mundo também sofreram as conseqüências de uma crise financeira. Atrelado ao movimento de expansão do mercado mundial, via-se uma crise globalizada.

Por mais traumatizante que possa ter sido o período entre a Quinta-Feira Negra e o início da Segunda Guerra Mundial, estes anos representaram para países subdesenvolvidos, como Brasil e Argentina, a oportunidade de acelerar o processo de industrialização. Porém, junto com o crescimento aumentaram as responsabilidades.

Como em outras crises, a de 1975 chegou após um grande pico de crescimento acelerado. O mercado se expandia, a automação e informatização chegavam com força e o investimento em novas tecnologias era iminente. As inúmeras ofertas de trabalho em países subdesenvolvidos pareciam solucionar o problema do desemprego, mas se tornaram um entrave ainda maior.

A modernização avançava e os trabalhadores do Terceiro Mundo eram trocados por máquinas. A exportação enfraquecia e aqueles que emigraram à procura de oportunidades se vêem obrigados a retornarem aos seus países de origem. Os primeiros resultados apareciam: desemprego e dívidas.

Os países subdesenvolvidos, meros figurantes em outras crises, sentiram de perto o peso da mundialização do mercado. Verificava-se os primeiros sinais da globalização, com os países ricos investindo cada vez mais em tecnologia e os pobres, fornecedores de mão-de-obra barata, recebendo os crachás de consumidores e adaptadores de tecnologias.

A falta de recursos para investimentos, o desemprego e endividamento tornaram a produção destes países ainda menos competitiva. A crise derrubou quem estava por cima e enterrou quem estava embaixo.

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