terça-feira, 23 de junho de 2009

O caos pode ser evolução

A pane econômica representa um momento crítico de mudança na história da humanidade.
Por Isabella Infantine

A crise econômica de 2008-2009 é uma pane internacional que tem suas bases no recorrente ciclo de abalos sísmicos do mercado financeiro. Uma de suas causas foi à falta de retorno do investimento americano no setor imobiliário e, por conseguinte, a tranca da economia com a quebradeira dos bancos.
Quando ações caem em ciranda alguém está mal das pernas. O mercado financeiro aperta o cinto e o crédito popular voa no espaço. É impossível não ter observado os principais jornais do globo anunciando o fato trágico. Muitas vezes esses meios de comunicação acabam por provocar um alarde desnecessário, servindo de desculpa para demissões em massa e trazendo à tona o frágil sistema.
Já que o momento é de cortes, cabe um resumo dessa longa e antiga história: a principal razão para essa crise acontecer foi o endividamento excessivo de uma nação inteira, gerado ao longo de anos de valorização exagerada do consumo. Logo, a saída do caos será a diminuição do endividamento citado e do consumo exagerado. Poupar nunca foi tão importante como agora.
No texto “Perdedores Globais”, de Robert Kurz, é apontada a crise da ciência econômica. Com a globalização os conceitos dessa ciência não representam mais a realidade. O sistema de crédito emancipou-se e o processo produtivo passou a circular por todos os continentes. Assim a crise tornou-se mundial e todos se viram desamparados.
Outro importante sinal da crise foi previsto em 1987 por Willis Harman no livro “Global Mind Change”. O mestre formado em todas as engenharias argumentou um processo de mudança que, ao chegar ao seu ponto crítico, criaria uma turbulência profunda e generalizada em todos os âmbitos da sociedade. Ele escreveu: “Aumentará a frequência das doenças mentais, dos crimes violentos, do terrorismo, do cultismo religioso, da aceitação do hedonismo sexual, das rupturas sociais e da ação da polícia, reprimindo essas rupturas”.
Por um lado o colapso acelera o processo de evolução da humanidade na direção de uma consciência maior, contudo a crise tem um preço bem alto para os pólos comerciais. Quando uma um colapso econômico chega, muitas vezes é tarde demais para mudanças.
A sociedade diante a crise deve reconhecer a natureza e a necessidade das forças dessa transformação histórica em processo, e criar condições para que as pessoas e organizações se adaptem rapidamente à nova realidade.

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