sábado, 28 de março de 2009

A Crise da Economia Mundial

A crise que atinge a economia mundial surgiu em setembro de 2008, mas se formou muito antes disso. Ela é fruto de um mecanismo construído na segunda metade da década de 1990 e que interligava as economias dos países, cada uma cumprindo um papel específico.
O esquema funcionava da seguinte forma: boa parte da produção industrial do mundo foi sendo transferida para países que pagavam salários extremamente baixos e sem defesas mínimas da segurança dos trabalhadores, como China, Índia, Vietnã e México. A produção saiu dos Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão onde os salários e a segurança social (aposentadorias, ajudas governamentais) eram maiores.
A produção passou por uma elevação extrema da exploração dos trabalhadores, expandindo os lucros para valores imensamente maiores dos que os obtidos nas economias capitalistas desenvolvidas.
Porém, os lucros extras não eram mantidos nas economias que receberam as indústrias transferidas; tais lucros eram em sua maior parte levados pelo mercado financeiro para os países desenvolvidos. Os bancos, financeiras e companhias de seguro eram os responsáveis por receber estes ganhos. A partir daí eles criavam crédito para a população dos Estados Unidos, Europa e Japão. O consumo destes países cresceu e permitiu que eles comprassem a produção dos países de salários baixos que receberam as indústrias.
China e outros países obtiveram ganhos com as exportações para Estados Unidos, Europa e Japão. Estes ganhos foram usados para aumentar a parcela de sua população que enriquecia, criando uma minoria privilegiada e uma maioria explorada (algo que já vimos no Brasil). O restante do ganho com as exportações era usado pela China para comprar papéis da dívida pública americana, algo como um empréstimo ao governo americano com a promessa de pagar com juros no futuro. Este dinheiro financiava as guerras do governo Bush, a especulação financeira, a transferência de dinheiro para ser lavado pelo crime organizado mundial.
Tudo parecia um sistema perfeito e eterno, mas o capitalismo não controla sua produção. No caso atual, produziu-se uma quantidade enorme de mercadorias que não foram vendidas, mas, principalmente de dívidas financeiras e de consumo. O novo sistema mundial de exploração, de guerras, de crime organizado e de consumo destruidor do meio ambiente entrou em um colapso do qual não sabe como sair. As únicas propostas têm sido para tentar salvar o mercado financeiro, alimentando a raiz do problema e preparando uma dimensão ainda mais perigosa.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O mundo de prometeu

Prometeu sofreu a ira dos deuses por roubar o fogo divino e dividí-lo com os homens. Por forjar a autonomia dos homens foi punido e acorrentado tendo seu fígado arrancado diariamente por um abutre. A metáfora do Prometeu acorrentado tem sempre uma importância política, estética, ética de pensar a vida em qualquer época histórica. Por isso, iremos realizar cotidianamente críticas  aos modelos reformistas e utópicos de pensar uma sociedade dentro do modelos da lógica do capital.