sábado, 20 de junho de 2009

A Teoria Econômica Keynesiana e a nova Grande Depressão

Evandro Ruivo

O capítulo XI, intitulado “A Teoria Econômica Keynesiana e a Grande Depressão”, descreve a história recente dos Estados Unidos, delineando a expansão econômica desde o início do século passado até a Grande Depressão, com dados que comprovam a sustentabilidade e a pujança da economia norte-americana nos anos 20, fase que alcançou a hegemonia como superpotência mundial, até o crack da Bolsa em 1929.

A supremacia econômica alcançada nos anos anteriores em um determinado dia ruiu. A crise aconteceu em uma “quinta-feira negra” de outubro, com a avalanche de quebras em efeito dominó causado pela Bolsa de Nova Iorque. As falências de empresas e de bancos acarretaram a diminuição do produto industrial em cerca de 50%. Produção e investimentos foram drasticamente cortados. O número de desempregados explodiu. O outrora lucro abundante agora já não era tão extraordinário para o interesse dos capitalistas.

Neste quadro de depressão sem precedentes da economia americana, coube a John Maynard Keynes conhecer a natureza do mal que assolava o sistema e apontar soluções. Em sua obra “Teoria Geral do Emprego, Juros e Capital”, Keynes inicia com a análise do processo de produção. Segundo sua análise, a obtenção do lucro pela empresa restaria da venda das mercadorias, extraídos os custos de produção.

Para Keynes, os custos de produção envolvidos na produção de determinada empresa corresponde a rendas de outras empresas e indivíduos. Keynes denominou o ciclo de produção e venda de “fluxo circular”. Enquanto as empresas puderem vender o que produzem, e obter lucros satisfatórios, o fluxo estaria desempenhando seu papel. Como parte do dinheiro distribuído à população não retorna para a aquisição de bens do mercado, tornando-se poupança, o vazamento do “fluxo circular” é real e inevitável. Segundo Keynes, nos períodos de prosperidade, a poupança geralmente supera os empréstimos aos consumidores.

Além dessa fonte, Keynes detectou mais duas outras. Uma é a importação e a outra é o imposto.

No caso das importações o vazamento poderia ser neutralizado pelas exportações, equilibrando-se a balança comercial. Com os impostos, se o governo adquirisse bens e serviços com a arrecadação, o fluxo das despesas também estaria compensado. A poupança serviria para empresários tomarem empréstimos visando os investimentos na produção. Se todos esses vazamentos pudessem ser estancados desses modos, a prosperidade reinaria.

Porém, esse processo não poderia durar automática e indefinidamente, como observou Keynes. Para a capacidade manter-se produtiva e expandir-se, há a necessidade de aumento de produção e de renda no período seguinte. Cada vez que a renda cresce, a camada de maior renda tende a poupar maiores valores. Para sustentar esse crescimento da poupança, há a necessidade de aumento maior dos investimentos.

Quando os investimentos se esgotam, diminui a capacidade de gerar renda, diminuindo os valores dos produtos e serviços consumidos. Os empresários concluem que, mesmo produzindo menos, os produtos não são vendidos, tornando o círculo vicioso.

Para Keynes a solução seria o governo deveria intervir e direcionar a poupança para investimentos de utilidade social, tendo por objetivo o restabelecimento do fluxo de capital sem aumentar a capacidade produtiva, com o pleno emprego como meta para garantia do consumo.

A política neo-liberal de governos de veios capitalistas, faz concessões infinitas às regras e destinos do mercado financeiro. Assim, conseguiu mostrar os valores que impulsionam a busca pelo lucro cada vez maior do capital.

Na atual crise econômica, desencadeada nos Estados Unidos e arrebatando os países de Primeiro Mundo, as lições de Keynes e dos neo-clássicos estão sendo repetidas. A intervenção do Estado nos domínios privados do grande capital demonstra o grau de fragilidade das bases desse sistema ideológico, político, e principalmente, de busca desenfreada pelo lucro em detrimento do ser humano.

2 comentários:

  1. É interessante como não colocamos em pratic a intervenção do Estado de forma contínua, infelizmente ela só ocorre em momentos como estes e muitos outros em que já houve catástrofes econômicas, o Estado tem que se rum membro importante da constituição desse sistema Capitalis, deve ser interventor sim e melhorar de todas as formas o Sistema que infelizmente é desumano e desigaul.
    Não tenho muito o que dizer, pois, o que venho aprendendo hoje é muito pouco, acredito no Sistema Capitalista,mas infelizmente ele não trata tdos com bondade e nem dignidade.

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