quinta-feira, 25 de junho de 2009

A mensagem do capitalismo

O modelo econômico que mais impôs suas vontades, ao longo da civilização, foi de fato foi o capitalismo. Sua fórmula pronta para “felicidade” agregada à lógica do consumo, a inversão de papeis o qual o homem se tornou mercadoria e os produtos desencadeiam uma mágica sobre as pessoas foi a principal forma de dominação, a qual nenhuma guerra de conquista se compara. O colorido das propagandas e a idéia de um “mundo perfeito” foram aos poucos absorvidas por aqueles que com a extensão do seu trabalho transformam esse “sonho” numa dura realidade. Esse cenário que foi sendo pintado com a promessa de que a modernidade daria ao homem as soluções para suas angustias e dúvidas, que são dissuadidas massivamente pela mídia, abre-se então, uma grande brecha a qual o meio, mais uma vez, “encontra vida” e lança suas premissas na falsa consciência, ou seja, ao tentar naturalizar um processo que não é natural, na tentativa de esconder as motivações ideológicas existentes nos interesses mercadológicos das empresas e governos. Tornando possível a comunicação de massa, que Herbert Marshal McLuhan chamou de ALDEIA GLOBAL, a qual possibilitou um mercado global, como conhecemos, como uma das principais características do apogeu do sistema capitalista, por tanto podemos dizer que o capital como meio se faz mensagem e estabelece sua lógica catalisada nas diferenças sociais.
A mídia nos anos que sucederam a Segunda Grande Guerra resultou em dominação econômica e especulativa que se aproveitou da consciência alienada que Georg Lukacs dizia ser a “ausência de controle sobre o que você faz” para disseminar seu poder sobre a sociedade num todo. E os meios usados, é claro, os que visavam atacar e englobar o maior número de “vitimas” usaram de todas as armas para fincarem os pés na vulnerabilidade da sociedade: o ser humano historicamente construído, moldado como um boneco de massa que movido por uma grande repressão torna-se alvo fácil dos meios que visam única e exclusivamente o lucro. As praticas individualistas fizeram com que as sociedades adeptas a elas colocassem “suas ideologias” numa propaganda de margarina, e sua representatividade numa grande tela de muitas polegadas. Tudo isso porque, adotaram uma visão de mundo, mediada pelas mensagens publicitárias, a qual segundo Freud, o consumo é impulsionado por um grande vazio que se estabelece dentro de nós, produzido pelo o que somos e aquilo que a sociedade permite que sejamos, ou seja, volta a idéia de um ser humano historicamente condicionado, o qual é o reflexo de suas próprias frustrações, e imposições dos meios. O homem unidimensional caracterizado por Herbert Marcuse como um indivíduo que tem uma quantidade de bens e serviços extremamente viável, ao invés de propiciar a ele liberdade, estabelece certa forma de domínio que o impossibilita até mesmo de decidir sobre qual caminho seguir de seu trabalho até sua casa.
A relação dos meios como as massas seriam analisadas do ponto de vista do receptor, do individuo que é a ultima instância desta relação e como a consciência é individual, o trabalho dos meios de comunicação seria criar uma mensagem artificial, que através de razões sociais, culturais e mercadológicas, substituiria os desejos (que não são as vontades do cotidiano e sim um vazio que se estabelece dentro de cada um e moram no inconsciente) fazendo-os parecem ser comuns a todos. Esse processo se sustenta numa busca, por parte do individuo que marginalizado à suas vontades se submete à fórmula de exploração do consumo, criando falsos mitos, e falsos sonhos, como o de possuir um automóvel de marca Ferrari porque apareceu no filme ou num comercial como um símbolo de poder, invariavelmente, apelando para recursos subjetivos. Por fim o meio é uma indústria qualquer, e a mercadoria um produto como qualquer outro que visa única e exclusivamente o lucro.

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