quinta-feira, 18 de junho de 2009

Keynes e as crises

Ana Carolina Castilho

O crescimento econômico dos Estados Unidos entre 1900 e 1929 era enorme, a produção industrial apresentava altos índices de elevação e a riqueza do país deu um salto de 86 milhões de dólares em 1900 para 361 bilhões de dólares em 1929. Nessa época, estima-se que apenas 32% da força de trabalho estava desempregada. Uma prosperidade que parecia não acabar mais.

Porém, um dia acabou. Em 24 de outubro de 1929, dia que ficou conhecido como a “Quinta-feira Negra”, iniciou-se o mais longo período de recessão econômica do século XX. Milhões de pessoas ficaram desempregadas e muitas viviam na miséria graças ao mercado capitalista, que se baseia apenas no lucro e não nas necessidades dos homens.

É baseado nesses fatos, que John Maynard Keynes tenta entender por que esse mercado aparentemente tão promissor entrou em colapso. A explicação pode se basear inicialmente na teoria de que todo crescimento excessivo gera uma crise posterior.

Keynes analisou o processo de produção e idealizou um fluxo em que o dinheiro circula das empresas para as pessoas, com o pagamento de salários, rendas, suprimentos e matérias-primas, e o restante converte-se em lucro. O dinheiro investido com o custo de produção das empresas, gera lucro para outras, assim, esses que recebem esse capital usam para adquirir bens. Se toda a renda distribuída na sociedade for gasta na aquisição de bens e serviços, o valor da produção estará totalizado. Keynes denominou esse processo de fluxo circular e ele perdura enquanto as empresas puderem vender toda sua produção e, claro, obter lucros.

Contudo, esse processo não funciona completamente, pois nem todo o dinheiro que passou da empresa para o público retorna para a empresa. Esse fato acontece, pois nem todos gastam toda a sua renda, poupando-as e gerando, conseqüentemente, menos produção. Apesar disso, esse vazio é preenchido com os empréstimos feitos pelos bancos, mas, segundo Keynes, no auge da prosperidade, a poupança supera os empréstimos, formando um vazamento real nesse fluxo circular e gerando uma retração econômica e mais tarde uma crise.

Outros modos de vazamento também foram detectados por Keynes: As compras externas e o pagamento dos impostos. Isso afeta a estabilidade da economia, mas qual seria a solução para esses três vazamentos de capital? Keynes propôs três formas de resolver esse impasse: Uma delas seria que as importações contrabalanceassem as exportações, dessa forma, uma neutralizaria a outra; Para o problema dos impostos, o governo poderia usar esse dinheiro para financiar a aquisição de bens e serviços e quanto à poupança, as empresas poderiam financiar seus investimentos nos bancos em que as poupanças estariam depositadas. Apesar dessas soluções, ainda sim haveria vazamentos, pois para que isso realmente acontecesse, a produção e a renda deveriam crescer nos períodos seguintes.

Conseqüentemente, percebeu-se que quanto mais a renda se eleva, mais há poupança. O caminho então era o Estado criar um protecionismo do Estado, o que seria essencial para a recuperação da economia. Assim, o governo deveria incentivar a movimentação de verbas, como a criação de linhas de crédito baixas. Esse modelo de recuperação visto por Keynes pode ser observado em outras crises mais recentes, acalmando a economia do mundo inteiro. O objetivo das propostas de Keyne era mostrar que o sistema capitalista pode funcionar, cabendo ao governo dar suporte e acolhimento às empresas e populações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário