terça-feira, 23 de junho de 2009

Mais-valia coletiva

Marx definiu o abuso da economia sobre o proletariado em um pequeno parágrafo de “O Capital”. “Não cria diferenças entre lucro e mais-valia a circunstância de a mais-valia de A entrar no capital constante de B. Não importa o valor das mercadorias que seja pago ou o trabalho nelas contido. Isto apenas demonstra que B paga a mais-valia de A. Não se pode considerar duas vezes a mais-valia de A na contabilidade global.”

Sendo assim, a mais-valia é coletiva. Nenhum país, nenhuma indústria ou seus próprios consumidores escapam da exploração que está inerente à economia de mercado atual. O meio abstrato dessa economia, desse mercado que vende seu peixe, cujo valor depende do peixe de outro, tem resultados disfarçados que não deixam ao olhar do público a possibilidade de entender a exploração mundial. Partido dessa ideia, não poderia existir aqueles que compram a pepsi para ser contra a coca-cola, aqueles que adquirem produtos diretos do Japão, ao invés de aceitar um manufaturado da China. Os produtos não estão livres de conter mais-valia, seja sua própria, seja a de outro indiretamente.

Isso leva a pensar que não se pode acabar com a exploração se não se acabar totalmente, ou seja, mundialmente com ela. Enquanto houver ainda que apenas uma indústria explorando seus trabalhadores, o preço do produto, lucro do capitalista ou trabalho não-pago do proletário, não estará isento de conter o esforço de um trabalhador desvalorizado pela sociedade.

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