sábado, 20 de junho de 2009

Guerra: remédio para a depressão

Alguns seguidores de John Maynard Keynes prescreveram essa receita.

Antes da crise de 1929, os Estados Unidos apresentavam um crescimento econômico sem precedentes. Por conta disso, tornaram-se a principal economia do mundo. Mas em 24 de outubro de 1929, a fatídica “quinta-feira negra”, a Bolsa de Nova York despencou e diversas empresas fecharam as portas. A conseqüência disso foi o desemprego generalizado. O que viria comprovar a teoria de Marx, que o capitalismo é um sistema inviável.

Mas Keynes analisou o mal e propôs uma solução diferente. Ele concluiu que o valor dos bens produzidos por uma empresa era equivalente à renda. No preço de um bem de consumo estão incluídos os salários, o custo dos materiais e o lucro. Os salários são as rendas dos trabalhadores, o custo dos materiais, as das empresas e o lucro é a renda do proprietário. Isso serve para a economia nacional como um todo. Se essa equação estiver bem balanceada, a produção será plena, assim como o emprego.

Mas existem vazamentos. As pessoas gastam com impostos, produtos estrangeiros e poupança. Por isso, nem todo o dinheiro é injetado na economia. Os impostos poderiam ser utilizados pelo Estado para investir na produção, o que resolveria um dos problemas. O valor de bens exportados poderia equivaler ao dos bens importados, o que resolveria outro. O dinheiro da poupança poderia ser reinvestido nos negócios. Pronto: problemas solucionados.

Não por muito tempo. Isso formaria um ciclo virtuoso, uma bola de neve do crescimento. Só que a lógica desse sistema é cíclica. Ele volta à estaca zero. Com o aumento do investimento a produção aumentaria também. Mas o consumo não seria mais proporcional a ela. E tem limite para investir, então os empresários começariam a poupar. A fórmula do crescimento estaria, portanto, desequilibrada. Resultado: desemprego e crise.

Eis a grande sacada de Keynes. Quando a poupança excedesse o investimento, o governo deveria intervir. Pegar o dinheiro da poupança e injetar em obras públicas, que não alterassem o volume de estoque. A equação estaria solucionada. O capitalismo poderia, de fato, ser sustentado. Às custas de quem?

Em 1939 veio a guerra e a resposta para essa pergunta. Durante ela, houve um elevado crescimento econômico graças à indústria bélica. Essa é a lógica por trás de conflitos que têm como justificativa “eles têm uma bomba de destruição em massa”. Se tivessem, porque não a utilizaram quando foram invadidos e tiveram sua população massacrada? Estão guardando para uma ocasião especial, talvez? Hoje em dia, não dá para entender a política mundial sem saber como funciona a economia. A guerra vem como uma resposta a essa doença crônica do capitalismo: a depressão. Já sabemos que os governantes estão muito preocupados com a saúde do capitalismo. Mas como fica a nossa saúde?

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