segunda-feira, 22 de junho de 2009

Crescimento e desigualdade: convergência ou divergência?

O entendimento das teorias de crescimento econômico a partir do desenvolvimento econômico regional: o caso keynesiano


Desde a origem as políticas orientadas à promoção do desenvolvimento regional são vinculadas a algum modelo ou teoria de crescimento econômico. Estas teorias receberam seu maior impulso após a crise de 1929, sobre influência do pensamento keynesiano. A crise capitalista dos anos 1970 marca o esgotamento desta corrente, e a renovação da influência dos modelos neoclássicos que postulam que o livre jogo de mercado assegura uma maior eficiência econômica. Cada um destes modelos econômicos aponta para a convergência ou divergência das desigualdades econômicas interregionais, com políticas específicas para enfrentar estas desigualdades. Ou seja, são modelos teóricos que resultam em aplicações políticas diferentes.

Foi nos anos que seguiram a segunda guerra mundial que diversos modelos de crescimento surgiram sobre a influência do pensamento keynesiano. Estes modelos, que significaram um importante aporte de novas idéias e explicações sobre as condições e os fatores que impulsionavam ou limitavam o crescimento econômico, concentraram suas atenções ao papel da poupança e do investimento, e nos fatores que pudessem afetar estas variáveis, em uma situação na qual a evolução da demanda agregada opera como o impulsor fundamental. Uma convicção medular está presente em todos os modelos de origem keynesiana: em situação de plena concorrência o funcionamento das economias de mercado gera desequilíbrios e desemboca quase inevitavelmente em desemprego. A conclusão lógica seria a necessidade de uma intervenção exógena ao mercado, com o propósito de sustentar a demanda e promover o crescimento e o emprego. Ou seja, se os empresários privados não poupavam e não realizavam investimentos necessários para assegurar os níveis adequados de emprego, esta tarefa deveria ser assumida pelo setor público. Na ausência de mecanismos corretores, o livre jogo das forças do mercado levava inexoravelmente a uma intensificação das desigualdades interregionais. Se supôs que em uma economia de mercado livre o mercado tende a beneficiar acumulativamente os territórios de maios desenvolvimento econômico e a prejudicar os menos desenvolvidos. Daí surgiram as teorias de desenvolvimento econômico e social, em uma etapa de idade de ouro do intervencionismo, na qual a revolução keynesiana traz a convicção de que seria possível, por fim, dominar a atividade econômica e domesticar os processos sociais.

Neste âmbito também surgiram os esforços de planificar o desenvolvimento regional, para o qual se esboçaram diversas estratégias que se traduziam em idéias como a de industrialização de substituição, e de pólos de crescimento que atenuassem a divergência entre territórios centrais e periféricos.

Por B. Sarue

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