sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Brasil intervencionista será o país do presente


Nenhum país do mundo mantém tantas obras simultâneas como o Brasil. Eclusas, hidrelétricas, saneamento básico, rodovias, aerovias e aeroportos, obras de internet e do programa habitacional, etc. A afirmação é do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado em janeiro de 2007, o governo mostra sua determinação em investir em infraestrutura. Lula defende um Estado regulador e indutor. Segundo o presidente, é um crime tentar negar o papel do Estado e dizer que o mercado deve regular tudo. Para ele, apenas o Estado tem a competência e a obrigação de pensar em todos.

Atualmente, e mais do que nunca, o Estado tem papel fundamental na economia. É ele quem deve saber como alavancar os que estão embaixo, já que, no setor econômico, todos pensam em se salvar. Com a crise e a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, empresas como a GM ficaram desamparadas. A crise mostrou aos governantes que estavam acomodados que o mercado é extremamente importante, mas é preciso um grande fiscal sobre o sistema financeiro.

Os investimentos públicos ajudam a superar os gargalos existentes hoje na produção e estimulam o desenvolvimento. Como manda Keynes, o Estado deve ter um papel essencial na economia para que o Brasil possa prosperar nos próximos anos. O grande desafio do País é manter o crescimento econômico. O PAC, que prevê um investimento de aproximadamente R$ 600 bilhões até 2011 e depois de mais de R$ 500 bilhões, é fundamental. Há gargalos na área de infraestrutura, logística, habitação e previdência social. Com a redução de impostos e investimentos desenfreados em infraestrutura, o sistema se mantém equilibrado, com crédito, consumo e desenvolvimento.

Com as obras, redistribuímos riquezas, incorporamos grandes massas a um patamar superior de conforto e bem-estar e fazemos a economia rodar. A experiência ensina que, além de exigir condições externas favoráveis ao desenvolvimento, o futuro não é uma mercadoria que se encomenda, mas uma realidade que se constrói pela ação adequada dos governos e pela capacidade de mobilizar o Estado para responder às necessidades do desenvolvimento.

E precisamos de mais. O Brasil gasta 0,8% do PIB em infraestrutura. É pouco. Mesmo com o PAC, o País continua longe do necessário. R$ 40 bilhões são perdidos devido à infraestrutura precária. Com investimentos, essa situação pode se inverter e, com o tempo, o Brasil tornar-se-á o país do presente e deixará de ser uma eterna promessa. O governo está no caminho certo, mas ele é longo e tortuoso.

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