terça-feira, 2 de junho de 2009

Quem perdeu?

Em meio ao cenário econômico em que todos os setores de todos os países vivem atualmente, é nas universidades que vemos a lacuna que foi deixada no que se diz respeito à formação dos futuros construtores do mundo. Há muito a economia superou fronteiras territoriais e pode ser entendida como um só bloco e, por alguma razão, não o é.
Contraditório observar que desde o primeiro grau a globalização recebe destaque e no ensino superior ela parece ser esquecida ao se falar em ciências econômicas. A disseminação do capital veio já no século XVIII, e como avanço da tecnologia e a queda dos custos energéticos, mais fortemente observados nos anos 80 fica, não se pode negligenciar que o mercado mundial é um só.
No fordismo podemos observar talvez o mais forte dos primeiros indícios, que é o início da fabricação em outro território a fim de suprir necessidades de um novo público sem esquecer dos benefícios próprios. Muitos anos mais tarde, a evolução do conceito permite que se possa pensar na produção independentemente do local onde será feita ou em qual moeda será negociada.
Mesmo porque a questão não é mais “o lugar onde se foi produzido, mas sim por quem é feita determinada mercadoria”. A divisão do trabalho, somada ao avanço tecnológico acabou com a relação entre um produto e uma nação. A ordem é “produzir onde os salários são baixos, pesquisar onde as leis são generosas e auferir lucro onde os impostos são menores”, máxima sintetizada por uma revista alemã especializada no tema.
O desenvolvimento dos processos de produção dispensa a mão-de-obra, o desemprego fica gritante e o caráter multinacional das empresas faz com que os estados percam o domínio sobre elas. No entanto, não se pode ignorar a necessidade do capital delas girando entre as nações. Ruim com elas, pior sem elas.
O problema está feito. O dinheiro fica restritos a ilhas que interagem entre si, ignorando a importância da administração estatal e dos excluídos desse sistema. No final, é claro que essa prática entre minorias perde a sustentação e o que se pode observar é crise que se alastrou pelos quatro cantos do mundo.
A solução não é simples e seguramente não agradará a todos. Iniciativas de grupos desvinculados dos governos tentam suprir as primeiras necessidades de quem está afetado de uma maneira vital pela ordem que degringolou. Vale destacar que todos forma atingidos e de alguma maneira apresentam sintomas da crise mundial. Todos, cada um do seu modo, são perdedores globais.

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