segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Da papelada à convergência

Por Alexandre Fisberg - 06000428
Sobre o criado mudo, toneladas de papeis amontoados dividem o pouco espaço com alguns livros e revistas empilhados. Depois de meses de estudo e compilação dos mais diversos materiais, a antiga decoração do quarto quase nem pode mais ser percebida.
Fisicamente, a imagem deste acúmulo de informação transtorna o visitante cuja compreensão é prejudicada pela aparente falta de organização e lógica de classificação dos variados assuntos misturados. Provavelmente, foi uma escrivaninha desarrumada ou a amplitude de uma biblioteca desorganizada um possível disparador para o projeto de Isidoro de Sevilha, ou qualquer outro enciclopedista da nossa história.
Certamente, a opção de transformar séculos de história, aprendizado e conhecimento em documentos organizados e registro histórico de fácil acesso e compreensão é uma peça fundamental para o desenvolvimento civilizatório, e consequentemente uma forma de garantir o constante avanço epistemológico e evitar o retrabalho. Esta mesma preocupação com o acervo de conhecimentos da sociedade vem cada vez mais entrando em pauta motivado pelas novas tecnologias e a amplitude de possibilidades que a internet e a chamada Cultura da Convergência permitem.
O meio virtual parece até então infinito para abrigar toda essa informação. Não só pela capacidade de arquivamento, mas também pela interação e convergência de mídias e possibilidades. Ao escrever um texto, posso também anexar diversos links que façam referência a outras citações sobre o mesmo tema. Se não estiver satisfeitos, me é possível agregar um vídeo, um som, um gráfico, uma tabela, uma imagem. Tudo isso distante apenas por um clique e algumas páginas virtuais na tela de meu computador.
A integração entre os diversos sites - muitas vezes também motivada pela atuação dos novos conglomerados empresarias deste meio - parece facilitar o entendimento dos conteúos, priorizando também a organização da informação. Os links e ferramentas de suporte ao texto, se bem utilizados, podem causar pouca interferencia em um texto corrido, servindo de fato apenas como ferramentas de apoio e aprofundamento à tese principal.
Sábio comunicador da modernidade será aquele que com poucas palavras seja capaz de direcionar o leitor o mais rápido rápido possível até a informação precisa e seus complementos. Nada de informações que acabam em Wikipedias e primeiros nomes das infinitas listas propostas pelas pesquisas do Google, mas sim atalhos para fontes confiáveis, centros de estudo, acervos informacionais sobre o tema e o que mais couber nesta proposta.
A enciclopedia virtual deste início de século pode vir a ser o grande catalisador das iniciativas individuais, a partir do momento que possibilita a difusão e o acesso aos conhecimentos previamente desenvolvidos por nossos compatriotas contemporâneos ou mesmo àqueles que firmaram as bases de toda a prática multifacetada dos nossos afazeres diários. Usando bem, ninguém fica sem. Informação, formação, ação.

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