segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Informação na realidade brasileira

Por Renata Puccinelli 06008862


Nos últimos anos apoiava a tese que a informação em excesso causava mais desinformação do que deveria. Olhava o mundo da mesma maneira que Paulo Serra no texto “Informação e Sentido”, dizendo que “Na Internet não há, hoje, uma biblioteca, um museu, uma enciclopédia - mas uma multiplicidade, cada vez mais confusa, desorganizada e mesmo repetitiva de bibliotecas, museus e enciclopédias (e de muitas outras coisas, como bordéis, cafés, cidades, empresas, universidades, indivíduos, etc. etc.)”.

Porém a realidade social do brasileiro pode contradizer um pouco este pensamento que era meu e ainda é de Serra. Antes de desenvolver a tese, preciso explicar como mudei um pouco minha idéia.

Estava no ponto de ônibus quando iniciei uma conversa com uma menina que aparentava 17 anos sobre vestibular. No fim a conversa foi parar em internet/jornais. Ela que é de uma família humilde disse que sempre que pode busca notícias na internet de sua escola. Eu critiquei alguns sites que só noticiam, mas não informam como deveriam, só fazendo o relato, mas sem se aprofundar.

- Se não fosse a internet não saberia de muita coisa do mundo. Não posso comprar jornais/revistas, esse é meu único meio de informação. Melhor dessa maneira do que não saber de nada – relatou a menina.

Para quem gosta de ler jornais, se informar em diversas mídias ou é estudante de comunicação é obvio que a internet muitas vezes não ajuda na hora de buscar uma informação precisa, aprofundada e em uma fonte confiável. Mas poucos de nós temos a sorte de ter dinheiro para nos aprofundar nas informações (comprando livros, revistas) e também estudo para distinguir as notícias bem formuladas das mal formuladas.

E quem não faz parte deste grupo, que não tem meios de conseguir se aprofundar em nada será que saber a informação do meio mais raso possível não é melhor do que nada?

Muitos pensadores, professores e gente do meio acadêmico devem ser contra ao pensamento, mas se analisarmos a questão social do Brasil onde não se tem o habito nem dinheiro para a leitura de jornais, revistas e livros é melhor que ela pelo menos saiba da movimentação que ocorre no mundo em determinados assuntos do que não saber de nada.

Pode ser uma utopia, mas quem tem a sede do saber e faz as pequenas informações se tornar grandes, isso é esses sites duvidosos dão o pontapé inicial no mundo do saber. E quem não tem esta gana, pelo menos tem uma idéia geral do que ocorre no mundo e não fica presa somente aos resultados do futebol do final de semana nem aos próximos capítulos da novela. Podemos dizer que já tem 10% a mais de cultura do que a população brasileira. Pode parecer muito leviano da minha parte, mas acredito que em muitos casos melhor isto do que nada.

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