terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Velocidade + Informação = Internet?

Karla Romero (06007322)

Como imaginar o mundo contemporâneo sem o advento da internet? O que o Google, principal ferramenta de busca da atualidade, representa para seus usuários? Atualmente vivemos num espaço em que velocidade da informação é o que realmente importa para as grandes indústrias da informação. Como um jogo, vence aquele que chegar primeiro com a notícia. A busca por fontes e mais fontes, a vontade de chegar a fundo em um fato passou a configurar apenas no âmago de alguns jornalistas. A idéia não mais fazer com que o receptor pense ou reflita sobre o fato, mas sim absorva todo e qualquer tipo de informação e dê isto como certo, assim como define a concepção do personagem Homer Simpson, lançada por Willian Bonner. A matéria deve ser simplificada para que seja compreendida pelo leitor, definido como sendo o telespectador médio.
Em seu texto “O projeto da enciclopédia e seus registros sobre o jornalismo”, Antonio Hohlfeldt explica como foi o projeto de enciclopédia dirigido em 1750 pelos franceses d’Alembert e Diderot. Segundo ele: “O elemento radical da Enciclopédia (...) residia em sua tentativa de mapear o mundo do conhecimento segundo novas fronteiras, determinadas única e exclusivamente pela razão”. O projeto era ambicioso e antecipava em séculos o que hoje é possível se fazer com a internet.
Assunto muito discutido quando se fala em internet, agora os blogs são criados por pessoas físicas e também jurídicas. Na capa da revista Época de novembro de 2008, a manchete “80 blogs que você não pode perder”. Política, humor, cultura, tecnologia, comportamento. As editorias são inúmeras no mundo das páginas pessoais na internet. Houve um momento em que dizer que se tinha um blog era algo novo e até estranho. Hoje, já existem mais de 133 milhões de blogs no mundo todo. Segundo a publicação há aquelas páginas que você jamais conseguirá viver sem. Eles são sim uma fonte de informação. A questão é: confiável ou não? Como saber a veracidade de um fato publicado na página pessoal de alguém? Na verdade, a legitimidade do fato é sim dada pelo veículo em que ele é noticiado. É desta forma que enxerga o leitor. Ele está atrás da informação porque confia naquele veículo.
Olga Pombo, no texto “Enciclopédia e Hipertexto”, explica: “Esta condição não seletiva da internet arrasta consigo problemas de credibilidade, legitimação, erro, engano, contra-informação (individual e institucional). É certo que, no hipertexto, há mecanismos de filtragem, de organização, de indexação. Num centro sentido, os motores de busca oferecem esboços de seleção. Trata-se, porém, de uma seletividade a posteriori que só funciona na medida em que o leitor é detentor de competências críticas de discriminação do que é importante, de dispositivos subjetivos de determinação das boas e das más informações. E, sem essas competências, sem essa arte de filtrar que ninguém sabe como se adquire e como se ensina são inevitáveis a banalização e a indiferenciação”.
A internet é capaz de transmitir mais informações do que qualquer outro meio de comunicação, é claro, não me refiro a qualidade e sim, quantidade. Na internet, também, não se pode crer na total veracidade dos conteúdos, uma vez que é de livre acesso a divulgação de uma notícia, de um acontecimento. O objetivo principal é atingir o maior número de informações em um menor possível e ainda proporcionar ao leitor a idéia da interação com a notícia. Para isto temos o exemplo dos blogs e também sites de busca que permitem ao receptor introduzir seu conteúdo na rede.
Em “Informação e Sentido”, Paulo Serra, da Universidade da Beira Interior, afirma que “’estamos num universo em que existe cada vez mais informação e cada vez menos sentido’, em que à ‘inflação da informação’ corresponde uma ‘deflação de sentido’”. O grande problema causado pela internet é que a grande quantidade de informações, muitas vezes, não é capaz de ser absorvida pelo leitor. No entanto, o excesso ainda pode ser positivo. Quando poderíamos pensar que um “simples” site de busca seria capaz de cruzar informações que pareciam dispares? Quando qualquer informação poderia seria acessada ou buscada na internet? Sim, atualmente tudo isso é possível e deve ser aproveitado da melhor forma. Afinal, a internet, de uma forma ou de outra, força o leitor a filtrar as informações necessárias para o seu próprio cotidiano.

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