domingo, 20 de dezembro de 2009

“O Google é meu Pastor, nada me faltará”

Quem tem mais de vinte anos certamente lembra dos temíveis trabalhos manuscritos na folha de almaço. Normalmente complexos, exigiam que o estudante fizesse um bom trabalho de pesquisa. Aqueles que não contavam com a evolução proposta pela enciclopédia Barsa em sua estante, recorriam aos Centros Culturais, para não ficar para trás. Este esforço representava em muitos casos um sufoco, especialmente por dois motivos.

O primeiro diz respeito ao trabalho em si, já que, em muitos casos não era permitido levar o livro para casa e nem tirar cópia das páginas que interessavam. A alternativa era escrever o que fosse preciso no próprio local. O segundo ponto é que nas bibliotecas havia – como ainda há - pessoas que estão ali para dar suporte, ajudar a encontrar os livros. Só haviam esquecido de avisar isto a muitos destes bibliotecários. Era uma má vontade de dar raiva.Tudo isto tinha um lado positivo. De alguma forma se assimilava a informação contida nos trabalhos, porque para copiar (obviamente) era necessário ler. E há uma maior autonomia. O fato de alguns bibliotecários não cumprirem com suas tarefas fez com que muita gente aprendesse a andar e pegar nas prateleiras os livros que quer sozinho.

O tempo passou e hoje em dia com o advento e avanço da internet, está cada vez mais simples para os estudantes entregar seus trabalhos no prazo. É sobre a importância dada a internet que Olga Pombo fala no texto >Atualmente é muito difícil pensar em alguém que viva em grandes cidades e não tenha acesso à internet, mesmo que seja através de lan houses. A informação rápida e a necessidade irrefreável de “se inserir”, interagir com os amigos é hoje, muito mais que um capricho, tornou-se uma ferramenta de grande utilidade não só no ambiente de trabalho, mas também na vida pessoal.

O Google é o maior representante de como a internet pode ser usada para o bem ou para o mal. Basta clicar para obter respostas, seja sobre assuntos banais, como receitas culinárias ou a respeito de coisas ruins, como torcidas organizadas de times de futebol combinando brigas, por exemplo. O grande problema deste sistema de busca, homenageado no Orkut com comunidades como “O Google é meu pastor, nada me faltará” é permitir que muitas coisas sejam feitas sem identificar as pessoas. O anonimato só alimenta a covardia.

Que a internet é um enorme progresso não há dúvida, basta apenas um pouco mais de critérios. Só isso!

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