sábado, 5 de dezembro de 2009

UM MUNDO VIRTUAL DE CONHECIMENTO

Por Leandro de Jesus Gomes ( 06006492)

O ser humano sempre foi movido a conhecer e compreender novidades. Naturalmente, a incorporação no cotidiano de avanços tecnológicos fez com que houvesse atenção para este campo. Entender como atualmente se dá o processo de difusão do conhecimento através dos meios de comunicação é algo inquietante para acadêmicos.

Sabe-se que não é fácil compreender qualquer coisa que esteja ligada à tecnologia da informática, pois a velocidade com que surgem novidades é desafiadora para quem pretende entender os fenômenos a ela conectados.

A rede mundial de computadores – a internet - hoje em dia se tornou um meio no qual é possível criar, procurar, publicar, discutir e alterar conhecimentos, os quais podem ser inseridos em qualquer lugar do planeta.

Os conhecimentos humanos que eram organizados, ordenados e sistematizados em enciclopédias cederam lugar à multiplicidade, heterogeneidade e diversidade existentes na internet, embora dispostos de forma anárquica. Discutir se o hipertexto, reinante na web, é uma nova forma de enciclopédia é debater algo que parece consumado. Questionar se o excesso promove um esvaziamento de sentido ou a perda da memória é fazer previsões da mesma forma daqueles que trataram sobre o fim do rádio e da televisão. É de mais valia estudar até que ponto as informações difundidas na internet servem para difundir conhecimento, para ilustrar ou emancipar.

A rede de computadores é conhecida por ser democrática, mas também se pode vê-la como anárquica. E é nesse ponto que reside o maior questionamento à validade e credibilidade das informações nela transmitidas. Se antes, numa enciclopédia, a sistematização e o rigor, além é claro da clara identificação de quem compilava, eram critérios que valorizavam aquilo que se publicava, na internet, a autoria, a objetividade, a fidelidade de fatos e dados e a responsabilidade, quando existem, não são claros o suficiente.

A possibilidade de acesso à milhares de informações instantaneamente pode ser aquilo que Santo Isidoro no século VII via como “saber perfeito”. Em contrapartida, essa quantidade pode se tornar em pesado excesso. De acordo com Olga Pombo, “essa condição ilimitada tem como efeito a desorientação, a sobrecarga, a banalização e a indiferenciação dos conteúdos veiculados”. Ainda de acordo com Pombo, uma condição não seletiva, vista na web, “arrasta problemas de legitimação, erro, engano e contra-informação”.

A internet é uma ferramenta que pode ser utilizada para se chegar ao conhecimento. Ela sozinha não é o conhecimento. E também não é fácil chegar à ilustração se utiliza-lá somente. Diante da facilidade, podem-se encontrar armadilhas que afaste do descobrir e aprender. Parodiando o presidente Lula, nunca antes na história se viu um meio que pudesse contribuir tão massivamente para difusão da educação, cultura e do entretenimento. Mas para que se chegue a eles, é necessário que o navegante tenha uma capacidade de seleção muito boa, do contrário, pode receber falsos conhecimentos e ao invés de chegar à ilustração, retroceder para o obscurantismo.

“A seleção que é realizada automaticamente na web só funciona na medida em que o leitor é detentor de competências críticas de discriminação do que é importante, de dispositivos subjetivos de determinação das boas e das más informações. E, sem essas competências, sem essa arte de filtrar que ninguém sabe como se adquire e como se ensina, são inevitáveis a banalização e a indiferenciação”, disse Pombo.

Enquanto no Brasil a transmissão de conhecimento pelas vias comuns ainda engatinha, resta apenas aguardar quando todos brasileiros tiverem oportunidade de ter capacidade de crítica e seleção para chegar à emancipação pela web.

Nenhum comentário:

Postar um comentário