quarta-feira, 27 de maio de 2009

A política econômica Keynesiana

Como um período de crescimento econômico extraordinário, pleno emprego e altos lucros pode levar uma nação a crise? A primeira vista parece até contraditório, mas a grande depressão que assolou os Estados Unidos em 1929 foi precedida por uma era áurea, industrias produzindo a todo vapor e consumidores comprando e zerando estoques.
A crise dos Estados Unidos foi acima de tudo uma crise do capitalismo. Foi sobre este sistema que Jhon Maynard Keynes se debruçou para depois criar a sua Teoria Geral. Keynes analisou o capitalismo e seus modos de produção e distribuição de renda, levantando as razões que levaram o sistema ao colapso.
Em seus estudos Keynes concluiu que o sistema trabalha com o que chamou de fluxo circular - o dinheiro flui das empresas para o público sob a forma de salários, remunerações, rendas, juros e lucros e depois volta para a empresa quando o público compra bens e serviços oferecidos por ela. Mas o problema é que o público acaba não retornando todo o dinheiro recebido para a empresa. Keynes classifica esse não retorno de vazamento. O dinheiro vaza para outro lugar e não retorna à empresa, de certa forma “quebra o ciclo”.
Mas se o dinheiro não é usado para comprar mais bens e serviços é usado para que? Keynes apontou três destinos:

1. O público muitas vezes não gasta todo o dinheiro que recebe e guarda parte de sua renda na poupança.
2. Quando o público compra bens e serviços de empresas estrangeiras deixa de gastar esta quantia com produtos internos (produzidos no interior do país).
3. O público também usa parte desta renda para pagar impostos.

Keynes propôs também três possíveis soluções para sanar esses vazamentos. Segundo ele, no caso do dinheiro gasto com empresas estrangeiras, as importações poderiam ser compensadas pelas exportações. No que diz respeito aos impostos, o governo poderia utilizar os impostos pagos pelo público para financiar a aquisição de bens e serviços. Já com relação à questão da poupança, sempre que os empresários desejassem ampliar seu capital, deveriam financiar os investimentos em bens de capital contraindo empréstimos nos bancos onde estivessem depositadas as poupanças do público. Com estas três ações o economista acreditava que o sistema iria ficar equilibrado e a crise não aconteceria, o problema é que considerava que o processo não funcionária por muito tempo.
A política proposta por Keynes prevê grande intervenção por parte do governo, na forma de investimentos. O governo precisa investir para fazer o dinheiro circular, mas investir em que? O desejável seria que ele pudesse despender este dinheiro na construção de escolas, hospitais, parques e outras obras que favoreceriam principalmente a população de baixa renda. Mas como tanto o poder econômico quanto o poder político estão nas mãos de uma minoria rica, uma política de governo que privilegiasse quase que completamente os mais pobres não funcionaria.
Em que investir então? A solução veio de graça. Com a eclosão da II Guerra mundial, os Estados Unidos investiu bilhões em armas de guerra, militares e alimentos e vestimentas para esses militares. A economia se reativou e a ideologia de Keynes se firmou.

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