domingo, 31 de maio de 2009

Ah, a globalização!

Por Karla Romero

Quero, mas não posso ter?! Deixando de lado o aspecto financeiro, a globalização permite o consumo de tudo, tudo aquilo que nossos avôs nunca imaginaram ter. A evolução tecnológica prova a cada dia que não é mais necessário atravessar o mundo para conseguir produtos de última geração, basta acessar a internet e encomendar. Em poucos dias, o pedido estará na porta de sua casa. Aqui nos referimos à evolução dos novos meios de comunicação cada vez mais rápidos e mais eficazes.

O processo de globalização surge em um momento em que a dinâmica do capitalismo necessita criar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países desenvolvidos cujos mercados internos já estão saturados e assim, afeta todas as áreas da sociedade, principalmente comunicação, comércio internacional e liberdade de movimentação.

Segundo Robert Kurz, em “Perdedores Globais”, “quanto maior os inventimentos em teconologia avançada e quanto maior a racionalização por meio da ‘lean production’, tanto maior é o desemprego e tanto menor a força de trablaho e do poder de compra nacional”.

No entanto, o que se pode constatar é que a globalização capitalista do século XX não teve como missão histórica provocar uma homogeneização entre os povos e países. A missão econômica da globalização foi a de produzir maior quantidade de bens a custos continuamente mais baixos e maiores do que os sistemas econômicos baseados na alocação administrativa de recursos.

Grande parte desse processo, isto é, comércio de mercadorias, de intercâmbio de serviços e de investimentos, se deu preferencialmente entre os próprios países desenvolvidos e com uma gama reduzida de países emergentes, isso em função da equação “custo-oportunidade”, conhecida dos economistas: alguns países, por razões de soberania nacional, colocaram-se voluntariamente à margem do processo de globalização, aumentando o lado do “custo” em relação aos ganhos de “oportunidade”.

Na última década, entretanto, a China começou a dar o ar da graça. E tudo começou com a aceleração da economia, que vem emplacando uma taxa de crescimento anual superior a 10%, atrás apenas dos Estados Unidos, Japão e Alemanha. E é claro não podemos esquecer os produtos “made in china” que agora deixam de lado o título de mercadorias baratas e de pouca qualidade, exportados para todo o mundo. Hoje a China é o principal país de produção da Nike para calçados, roupas e acessórios, seguido por Vietnã, Indonésia, Tailândia e Coréia do Sul.

Assim como ressalta Robert Kurz, “o capital das empresas não integra mais o estoque de capital nacional, mas se internacionaliza”. Exemplo disso, atualmente a Nike tem 640 fábricas terceirizadas em todo o mundo, 72 delas somente de calçados.

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