domingo, 14 de junho de 2009

Globalização de quê?

Globalização. Todo mundo um dia na vida já ouviu esta palavra, mas até aí, isto não que dizer que o seu significado esteja claro. Multinacionais, ações na bolsa, investe aqui, investe ali, crise, dólar alto. Ainda hoje, a economia é um assunto bastante discriminado nos meios sociais, sejam eles a mídia ou uma roda de amigos. Sites como o da revista Época Negócios não são tão acessados quanto aqueles que falam da vida das celebridades. E o mesmo acontece com as revistas, os jornais, a televisão.

O ensaio de Roberto Kurz “Perdedores Globais” analisa a crise em que a ciência econômica entrou quando o mundo começou a se tornar utopicamente globalizado. Utopicamente porque os resultados dessa nova ciência política trouxeram desempregos, desvalorização da força de trabalho e do poder de compra nacional, falta de garantias para investimentos, ou seja, aumentou a desigualdade social. Os ricos ficam mais ricos e os pobres permanecem pobres. Acabou a ilusão da ascenção ao primeiro mundo aos países subdesenvolvidos. O terceiro mundo permancerá onde está. Ilhas de riquezas surgem nos países e a pobreza é acentuada até mesmo nas grandes economias mundias.

Kurz disse que “A globalização de uma ‘economia da minoria’ tem como consequência direta a ‘guerra civil mundial’, em todos os países e em todas as cidades.” Um exemplo dessa globalização é a crise econômica em que o mundo entrou em 2008. Nenhum país escapou dos aumentos nos preços dos artefatos importados ou deixou de demitir massas de funcionários por não conseguir pagar seus salários. Uma vergonha para o mundo tão “lindamente” globalizado em que vivemos. Essa crise terrível não só afetou as grandes empresas, as multinacionais do mercado, como também abalou estruturas familiares. Desemprego, aumento dos preços no mercado. A economia doméstica precisou que a sua administração fosse repensada e, assim, ocorresse o corte das regalias em que nos enfiamos todos os meses.

O modo de pensar do ser humano é desprezível e egoísta. Pensar no horror que é não poder se endividar nos inúmeros cartões de crédito a juros altíssimos por mês, nos torna superficiais e insensíveis para com o resto do planeta. Não nos confomamos com essa situação, achamos um absurdo as demissões em massa. Mas alguém faz algo para mudar? Quem sai da sua bolha e deixa de olhar para o próprio umbigo em prol das comunidades carentes, que realmente estão sofrendo com seus trabalhadores, aqueles que são o nosso alicerce, desempregados? Como disse Kurz, “o que nos falta, na verdade, é a globalização de uma nova crítica social.”

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