Por Bárbara Silveira
No final de 2008, uma grande crise financeira pegou grande parte do mundo de surpresa. O que teve origem nos prejuízos da chamada “bolha imobiliária” norte-americana, passou a atingir o mercado de crédito em geral do país e, consequentemente, a afetar as outras nações.
Assim, o mundo todo sentiu os reflexos do colapso da economia estadunidense, a grande e ameaçada potência mundial. Por causa da economia dos Estados Unidos em crise, o crescimento de outros paises perde força. Ainda mais em um cenário globalizado como o qual nos encontramos atualmente.
Apesar de ainda estarmos sentindo as conseqüências desta atual recessão, nesta segunda (08), o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou que um novo "equilíbrio do poder" entre as nações surgirá assim que a economia mundial se recuperar da atual e grave crise financeira.
Em discurso durante o 15º Fórum Econômico Internacional das Américas, realizado em Montreal, o diretor-geral ainda afirmou que "depois da crise, o mundo não será como antes". "O equilíbrio do poder será diferente. Haverá um novo tipo de equilíbrio de poder entre as nações. Claro, o próximo mundo não será como o anterior", completou.
O dirigente do FMI também disse que a recuperação econômica começará na primeira metade de 2010. Curiosamente, ainda afirmou que, para a melhora acontecer, os países devem iniciar "políticas corretas". No entanto, esta não é a primeira vez que maior presença do Estado na economia de um país é clamada.
O que aprendemos com a Grande Depressão
No dia 24 de outubro de 1929, também conhecido como a “Quinta-Feira Negra”, a quebra da bolsa de Nova York marcou o início de uma longa caminhada decrescente dos Estados Unidos. Até então, o país passava por um ótimo período econômico e acompanhava um crescimento espetacular de suas riquezas.
Devido ao súbito declínio econômico do país, o estudioso e economista britânico John Maynard Keynes passou a analisar a situação do país e chegou a diversas conclusões sobre o funcionamento do sistema econômico capitalista. Seus estudos foram necessários para tirar os Estados Unidos da maior crise de sua história até o momento e são de grande importância até hoje.
Segundo Keynes, que minuciosamente analisou o processo de produção das empresas, o fluxo circular da economia apresentava vazamentos. Teoricamente, o dinheiro deveria sair das empresas, em forma de salários ou juros, e depois voltar para elas, em forma de pagamento dos serviços prestados. Mas, na prática, as pessoas aplicavam sua renda em poupanças; compravam bens de outros países ou gastavam parte de seu salário com impostos. Para o economista, esses vazamentos eram uma das principais causas da crise.
Assim como Marx e Hobbes, Keynes também acreditava que uma das principais causas de uma depressão é a inabilidade que os capitalistas possuem para investir. Portanto, dentro do sistema capitalista, parece que após um período de crescimento, sempre haverá um colapso, se o lucro não for investido devidamente. E é aí que entra o papel do governo.
Na época da grande depressão, que teve seu início em 1929, o laissez-faire vigorava e as empresas faziam o que bem entendiam sem intervenções do governo. Entretanto, após a quebra da bolsa, Keynes alertou sobre a importância de o Estado ter uma maior participação na economia do país.
Ajuda do governo, mas nem tanto
Portanto, é possível concluir que a declaração do diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, citada acima, possui seus fundamentos nos estudos de Keynes, que, apesar de acreditar na liberdade do sistema capitalista, também acha que esse necessita de uma presença do governo.
Entretanto, no sistema em que vivemos, as grandes empresas acabam tendo mais poder e controle que os próprios governantes. Não se trata de George W. Bush ou Barack Obama no poder da “maior potência mundial”. Na prática, são sempre algumas dezenas de multinacionais que possuem controlam a economia global. Mas sempre que essas se encontram em um momento desesperador, correm para pedir ajuda do Estado.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
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