Por Gustavo Franceschini
No desenrolar da crise financeira mundial, o que mais se discute é a queda das bolsas de valores e os reflexos desses processos para bilionários e grandes corporações. Os mais afetados, que vem das camadas sociais mais baixas e perderam seus empregos, aparecem nos noticiários como beneficiários de grandes pacotes dos governos.
Essa disparidade na suposta importância dos assuntos é um reflexo histórico da visão que o mundo possui da economia. Nas primeiras análises de conjuntura, a política sempre andou colada com a economia por ser afetada pelas decisões tomadas na primeira instância.
A notícia da movimentação da economia, por exemplo, devia tocar a todos, uma vez que ela interfere no dia a dia de cada cidadão, seja no aumento do custo de vida ou no risco da perda de emprego. Toda mudança no mercado financeiro, que parece tão distante às pessoas mais comuns, tem interferência direta na sociedade, e no jeito de fazer política.
As duas coisas não podem ser dissociadas, e por isso a economia política deve, nestes tempos, se sobrepor à economia e à política, quando estas agem separadamente. Pensar em soluções de mercado, em salvações de empresas e grandes aportes financeiros não é o único caminho que deve ser tomado para fugir da crise.
Os responsáveis pelas possíveis mudanças no mundo globalizado devem também pensar em soluções políticas. A educação, a saúde e a segurança criarão condições de mudança no âmbito global, com maior comprometimento com as questões públicas e capacidade de mobilização. Só pensar em números não vai mudar nada.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
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