terça-feira, 16 de junho de 2009

E o fracasso vem à tona

Por Natália Chagas

É isso mesmo, a ciência econômica está em crise, e que crise. O pensador Robert Kurtz, em seu texto “Perdedores Globais” analisa duas questões e, antes disso, mostra que a globalização imperou no século XX. A palavra de ordem atual é globalizar, o mercado, o dinheiro, o trabalho. As questões que estão em jogo são duas: o fim da pátria única, as empresas multinacionais engolindo o nacionalismo, aqueles Estados nacionais, do passado, dotados de sistemas jurídicos nacionais, infra-estrutura própria e o tão conhecido “mercado externo”, que ficou no passado.
Em segundo lugar, temos o fim do poder do Estado, mais uma vez ligado ao nacionalismo. Dessa forma, concluímos que as questões e problemáticas estão profundamente interligadas. Não existe mais fidelidade nacional, o capital de uma empresa não integra mais o estoque de seu país. O dinheiro se internacionaliza, as fábricas de espalham e o mercado mundial toma conta de tudo. A Ford norte americana passa a ser Ford alemã e a famosa Volkswagen começa a investir nos Estados Unidos. O motivo? Suprir demandas e garantir lucro.
Um único carro pode ter mãos brasileiras, inglesas, japonesas e outras, isso é a globalização. E para onde ela nos leva? Tratamos de uma nova divisão de trabalho, difundida em diversos países e continentes. O mercado consumidor se expande e a tecnologia avança. Com isso, o desemprego aumenta e o valor da força de trabalho diminui, junto com o poder de compra nacional. E o que acontece? A crise chega e se instala no mundo todo, afinal, a globalização continua comandando. A meta é diminuir custos, aumentar as vendas e estimular a concorrência. Mas afinal, a globalização unifica ou descentraliza as empresas e os países?
A questão é que “a fidelidade à economia nacional vai por água abaixo. Não há mais nenhuma estratégia de desenvolvimento econômico”. Enquanto a economia privada ultrapassa barreiras, o Estado permanece em seu território. Paradoxal não é mesmo? A velha economia política tornou-se política econômica e tentar conter os freios do mercado torna-se perigoso e praticamente impossível. Empresas são estatizadas e o foco não é mais o desenvolvimento do país, simples assim. Mais uma vez, quem sofre são os empregados, a população. Aqueles mesmo que estão no Brasil e americanizam palavras, usam Nike e comem no MC Donalds, afinal, quem não aprova, de uma maneira ou de outra, a globalização?
E a ideia de ntegrar país através de zonas de livre-comércio? Segundo Kurtz, isso só agrava o problema. A unia multinacional é promovida e a desintegração da economia nacional aumenta mais um pouco. Com todo esse problema, entramos na questão da cidadania, teoricamente garantida pelo Estado, aquele que está de mãos atadas, lembra?
Conclusão? A incapacidade de sobrevivência de uma economia global limitada a uma minoria, que só faz diminuir ainda mais. Pode parecer radical, mas com isso, podemos falar de guerra civil militar e terrorismo. Para melhorar essa estrutura tão solidificada, Kurtz afirma, precisamos começar a globalizar uma nova crítica social.

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