terça-feira, 2 de junho de 2009

E Marx já sabia

Por Carlos Massarico

Não é que a crise do crédito e o Livro 3 de Karl Marx têm tudo a ver? Ele já sabia. “... inúmeros pontos da cadeia de obrigações de pagamento em prazos determinados, e se agravam com o consequente desmoronamento do sistema de crédito que se desenvolve junto com o capital. Assim redundam em crises violentas, agudas, em depreciações bruscas, brutais, estagnação e perturbação física do processo de reprodução e, por conseguinte em decréscimo real da produção”. É uma notícia recente? Não, é o próprio senhor das barbas longas.


Crises fazem parte dirão alguns capitalistas. Pois é, talvez alguns ditadores diriam: “mas guerra é uma coisa boa, diminui a população do mundo”. Talvez tenha sido uma comparação extrema demais, mas tem sentido. Muitos usaram o exemplo de Keynes, porém ele entraria em uma discussão mais recente que a apresentada aqui: o fato de as poupanças agora comporem a lista das boquinhas do Governo. Se usassem a grana bem, tudo bem, mas sabe como é, o Brasil ainda é Brasil, comandado pelos mesmos brasileiros que há 20 anos atrás.


Todos podem acusar Karl Marx de qualquer coisa, (afinal em um país teoricamente livre poderíamos ter liberdade de expressão, não é o que acontece) mas ninguém pode dizer que esse rapaz foi inteligente. Talvez a União Soviética (leia-se Stalin), tenha jogado no lixo uma bela oportunidade de compor um governo socialista e não sanguinário, como deveria ser chamado. Em um país como o Brasil, fica difícil criticar o Comunismo, pois aqui se vê de tudo: SUS ao lado de multinacionais, estatais de petróleo ao lado de fábricas internacionais de automóveis e etc. Somos literalmente o sambra do criolo doido. Poderíamos seguir alguns bons exemplos no mundo como a Noruega, Suécia, enfim, países do gelo escandinavo. Mas preferimos seguir os “pops” americanos, enquanto outros sonham com os “cool's” cubanos.


De certa forma, o mundo capitalista é aquela velha história do “mais forte sobrevive”. O problema é que muitos já nascem como fracos e não têm a oportunidade de competir em igualdade com os “fortes”. Uma análise raza, mas direta. É nisso que se baseia o mundo de hoje. Quando ocorrem crises, como a atual, os “fortes” têm que recorrer ao governo para não morrerem de fome. Talvez fosse o momento do mundo esquecer de termos como capital e social. Se todos fossem Racionais* não haveria crises.


*Cultura Racional: todos usam branco, se livram dos bens materiais (como tv, computador, fogão, etc), param de usar drogras e viajam para o supermundo. Creio que nesse mundo não haveria muitos problemas, o consumismo é o pior dos cânceres sociais. Aos que ainda não entenderam, consultar Tim Maia Racional.

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